Junta de Freguesia de Calheta Junta de Freguesia de Calheta

História

Resumo Histórico

Calheta


    Situada do Arquipélago dos Açores, mais exatamente na Ilha de S. Jorge, encontra-se a freguesia da Calheta, sede do concelho homónimo. A Calheta tem por orago Santa Catarina, à qual dedicamos uma festa solene, anualmente a 25 de novembro.

    O topónimo Calheta significa "angra" ou "pequena enseada", o que está de acordo com a geomorfologia da freguesia.

    A data do início do povoamento da Ilha de S. Jorge é desconhecida, sabendo-se que, cerca de 1470, já existiam núcleos de colonos nas costas oeste e sul. Em 1483,  João Vaz Corte Real, donatário de Angra, na Terceira, recebia a capitania da Ilha de S. Jorge e, em 1534, já a povoação da Calheta, que sofrera um rápido desenvolvimento, muito devido ao seu porto de mar, demonstrava uma economia forte que tinha no cultivo dos cereais, vinha, inhames, do pastel e na colheira de urzela, as suas principais produções. Nesse ano, a 3 de julho, a Calheta era elevada a vila, por D. João III.

    Entre os séculos XVI e XVII, Calheta passava por diversas vicissitudes; sofria o lançamento de grandes impostos, que originaram o "Motim dos Inhames", o primeiro grito de liberdade, a que se seguiu a "Guerra da Sucessão"; e esteve ainda sujeita a ataques consecutivos de corsários ingleses e franceses, e a devastadoras razias dos piratas turcos e argelinos, alcunhados por "Moiros do Canal", ou "Piratas da Barbária".

    O isolamento das ilhas e das suas povoações após a Revolução de 1 de dezembro de 1640, terminou com a assinatura da paz com Espanha, em 1668, abrindo a S. Jorge novos horizontes de prosperidade e progresso, no qual destacamos o papel da pesca e da indústria de conserva da Calheta.

    Quanto ao património cultural e edificado da freguesia, destacam-se: a Igreja Matriz, construída primitivamente no século XVI, destruída em 1639 e reconstruída posteriormente; a Casa Etnográfica, alguns fontanários, a ermida de Santo António, datada de 1816, e o casario típico. A freguesia da Calheta é um local muito aprazível onde, para além dos referidos, se destacam outros locais de interesse turístico, como é o caso do parque das merendas, do parque de campismo com piscinas naturais e dos miradouros.

    O facto da Calheta ser uma freguesia urbana reflete-se nas atividades económicas nela implantadas, apesar de as atividades consideradas de caráter rural manterem, ainda hoje, um importante papel na economia local; assim, destacam-se: a agropecuária, a pesca, as oficinas auto, a carpintaria, a indústria conserveira e o comércio.


        


        A Lenda de Santa Catarina (Catarina de Alexandria)


      "Retrato de Catarina de Alexandria" (Santa Catarina), por Bernardino Luini


        Santa Catarina nasceu em Alexandria, no Egito, no ano 287. Era uma virgem instruída (algumas fontes descrevem-na como sendo da família real), que fez um protesto público ao Imperador Romano Maxêncio contra o culto de ídolos. Revoltado, ele ordenou a 50 filósofos que se opusessem a ela mas, embora ela só tivesse 18 anos, demoliu os seus argumentos e converteu-os ao cristianismo, o que levou a que fossem queimados vivos. Então, Maxêncio tentou seduzir Catarina pedindo-a em casamento, ao que ela recusou, respondendo que já estava noiva de Cristo, pelo que a espancaram e aprisionaram durante muito tempo, tendo ainda sido torturada pelo imperador numa roda com picos (a "Roda de Catarina"); contudo, na altura da tortura, a roda desfez-se a seu toque, ficando alguns espetadores feridos.

        Segundo esta lenda, que não é corroborada pelas fontes da época, quando por fim Catarina foi decapitada, das suas veias não saiu sangue, mas leite.

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